Hoje gostaria de focar dois aspectos que tem uma influênçia determinante nas caminhadas que as equipas podem fazer. Gostava de falar nas lesões dos jogadores e nas opções que os treinadores tem que tomar perante o grupo de trabalho. Nas angústias que os mesmos têm em determinadas situações.
LESÕES
É extremamente difícil lidar com uma lesão de um atleta. É uma situação comum, mas "fora de jogo", ou seja, não é uma opção do técnico. Quanto mais longa for a recuperação, maior é a angústia. Não só pelo sofrimento do atleta, como pela possibilidade real de recaída. Pior que uma lesão, é uma lesão mal curada. Perde-se o atleta mais tempo, frustra-se a vontade de o jogador fazer o que mais gosta, e sente-se um culpa enorme. Por vezes o treinador pressiona a equipa médica para recuperar a todo o custo o atleta, no mais curto espaço de tempo. Alguém que reaja assim, é incompetente e acima de tudo mau treinador. Se a equipa clínica for na conversa, é tão incompetente como o treinador. Eu não faço isso e sabem-no muito bem.
OPÇÕES
Imaginem esta situação: Um jogador lesiona-se ou é expulso. A opção do treinador recai num jogador que não tem sido titular. Esse jogador cumpre a sua missão de forma excelente. Quando o atleta lesionado ou expulso está apto para jogar, deve ou o treinador pô-lo ou não a jogar, sabendo-se que a sua performance pode teoricamente ser melhor? Percebem o que quero dizer? Imaginam a angústia do treinador numa altura destas? Se o puser a jogar, "mata-se" o jogador que cumpriu excelentemente, e por consequência, todos os normalmente suplentes. É que reparam que só são opção quando alguém é expulso ou se lesiona, e não pelo trabalho diário e esforço em prol da equipa. Cada treinador terá as suas ideias. Eu, teoricamente e na prática, defendo que deve continuar a jogar quem cumpriu.
Outra situação que acontece amiúde, é o facto de uma equipa estar "n" jogos sem ganhar. Deve o treinador ir mudando a equipa, ou confiar nos jogadores e no seu trabalho, até os três pontos chegarem? É angustiante para um treinador ver que os jogadores estão a trabalhar bem, o seu trabalho merece a confiança dos atletas, mas os resultados não aparecerem. Normalmente tem-se dois tipos de discurso. Um, deixa passar publicamente a ideia que confia plenamente nos seus atletas, que são grande profissionais, mesmo que no balneário o discurso seja o oposto. Com isto ele pretende pressionar e motivar os seus jogadores, ficando os atletas a saber que publicamente o treinador não os "entrega". Outro, dá a entender que o tempo é o melhor conselheiro. Quem não ouviu já as seguintes palavras? " Uma equipa não se constrói num mês ou em dois meses". " A equipa precisa de assimilar os meus métodos, e isso não se faz de um dia para o outro". Toda a gente já ouviu de certeza. É o pior que se pode fazer. Está a chamar retardados aos jogadores, e a mentir aos "índios". É evidente que uma equipa não atinge a perfeição num mês ou em dois meses. Mas se os métodos ao fim deste tempo ainda não foram assimilados, ou o técnico não consegue transmitir devidamente a sua mensagem, ou ela é ininteligível.
Há ainda os maus colegas e eticamente reprováveis. "Encontrei uma equipa sem chama, e mal fisicamente". Estes, esquecem-se que em breve sairão do clube onde estão. E normalmente não demora muito tempo.
Qual o discurso que mais me agrada?
Nenhum destes. O melhor é discutir os problemas dentro do balneário, e se possível não falar para fora. Há ainda uma táctica utilizada por alguns que costuma dar resultado. Inventa-se um inimigo a abater, e une-se a equipa contra ele. Sejam árbitros, dirigentes ( da própria equipa, sim!), e passa-se a mensagem que se se ganhar sai-se vitorioso dessa "guerra". Ao recomeçar a ganhar, inventam-se outros, e assim sucessivamente.
Continuo a dizer a minha opinião pode não ser a de outros mas de certeza que a minha, também tem coisas positivas e eu continuo a acreditar.
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