sexta-feira, 28 de março de 2008

ALIMENTAÇÃO DO DESPORTISTA

Uma correcta alimentação é aquela que proporciona um bom estado de saúde ao atleta, que se traduz numa melhoria do seu rendimento desportivo e numa melhoria do seu estado de saúde a longo prazo. A alimentação pode influenciar positiva ou negativamente o rendimento dum atleta, devendo consequentemente ser orientada no sentido de não só melhorar a sua capacidade desportiva, mas também de proporcionar uma boa saúde a longo prazo. Uma alimentação correcta permite mostrar-se mais eficaz e fatigar-se menos.
Os princípios base para uma correcta alimentação do desportista, devem entrar em consideração, com as diversas etapas que o atleta atravessa. Assentam por um lado, na satisfação diária das necessidades energéticas, através de um adequado fornecimento em calorias (energia) de hidratos de carbono, gorduras, proteínas, água, minerais e vitaminas e por outro, num correcto enquadramento destes alimentos em: ração de treino, ração de competição e ração de recuperação. Estas devem ser devidamente planeadas e cumpridas (felizmente já existem clubes que contratam profissionais para trabalhar em conjunto com os seus atletas este factor que por vezes parece invisivel, mas tão importante ... como um departamento médico ...! ).
RAÇÃO DE TREINO
Corresponde à alimentação de base do atleta, devendo ser uma ração calórica, proteínas, hidratos de carbono e gorduras. O atleta deverá ingerir varias refeições ao longo do dia (6 a 7), sendo a mais importante para o organismo a refeição da manhã (pequeno almoço). A confecção dos alimentos deverá ser de modo a facilitar a sua digestão (dar preferência a cozidos e grelhados). As bebidas alcoólicas, se bem que não tragam qualquer benefício, podem ser consumidas nesta fase desde que moderadamente.

RAÇÃO DE COMPETIÇÃO
Inclui-mos aqui a última refeição antes da competição, a ração de espera e a ração após a competição. Vejamos:
A última refeição antes da competição deverá ser uma refeição equilibrada nos seus constituintes (proteínas, gorduras e hidratos de carbono) e como vimos atrás, de fácil digestão (confecção à base de cozidos e grelhados, com pouca gordura e sem álcool), e que não provoque flatulência (evitar o feijão e a batata). Esta refeição, que deverá ser sempre respeitada e deverá ser ingerida no mínimo 3 a 4 horas antes da competição.
Entre o fim da ultima refeição e o inicio da competição deve-se administrar uma bebida açucarada com o objectivo de evitar as hipoglicémias secundárias à ansiedade provocada pelo jogo. Deve ser composta por água e frutose (açúcar) e eventualmente sais minerais.
A ração durante a competição deve ser administrada no intervalo do jogo tendo por finalidade fornecer energia, água e sais minerais. Há preparados comerciais já prontos a utilizar e a venda em todas as superfícies comerciais, (e agora como ouvimos esta na moda: LIFTOFF).a ração a seguir à competição ou de recuperação tem como objectivo desintoxicar o organismo e reparar as perdas. Deve ser composta a base de queijo, leite, iogurte, fruta, saladas, vegetais Esta refeição deve eser rica em hidratos de carbono, vitaminas e minerais.No dia seguinte há que fazer uma refeição hipercalórica e rica em proteínas, para reposição de energias.

ÁGUA
Uma boa hidratação é fundamental não só porque o rendimento de um atleta diminui com o aumento da desidratação mas também porque certas lesões desportivas (roturas musculares e tendinites) são mais frequentes quando há desidratação. O ideal será que o atleta nunca sinta sede, devendo-se administrar pequenas quantidades de água quer na fase pré-competitiva quer durante a competição.

Se cumprirem estas regras, é possível em segurança colher todos os benefícios do exercício físico e ir até onde a imaginação nos levar…

sábado, 1 de março de 2008

OPINIÃO DE TREINADOR

O QUE TREINAR MAIS INSISTENTEMENTE

Componente Física, Psíquica, Táctica ou Técnica:

O Futebol é um todo. É um fenómeno social complexo que transporta inúmeras variáveis dificilmente controladas por que quer que seja. Para os treinadores importa identificar aquelas que mais condicionam a prestação dos jogadores, no sentido de fazer convergir as ideias do treinador com os comportamentos dos jogadores. Os treinadores que melhor conseguirem moldar os seus atletas, “coagindo-os” a fazer as escolhas mais correctas, são aqueles que controlam o máximo das variáveis em jogo, são, porventura, aqueles que mais sucessos terão. De forma a tornar o futebol, um fenómeno menos complexo definiram-se quatro universos que simplificam o trabalho do treinador: a condição física, a interpretação táctica, a qualidade técnica e a estrutura mental do atleta. É certo que todas as parcelas anteriores participam no rendimento individual e colectivo de uma equipa de futebol, mas essa participação é feita de forma global e, para mim de forma completamente indecomponível. Na minha opinião, se um atleta não responde aos estímulos em jogo (porque “corre pouco”), não é líquido que esteja mal fisicamente, pode, eventualmente, estar completamente excluído tacticamente ou, porventura, não reunir as competências psíquicas que são exigidas. Contudo, de forma a tornar este artigo menos complexo, aceitaremos a ideia de que um jogador de futebol é composto por quatro baterias, sendo que a inoperatividade de uma delas condiciona o funcionamento do todo. Defino condição física como a capacidade de responder aos estímulos que são exigidos nos diferentes episódios do jogo. A interpretação táctica decorre da assertividade nas escolhas, da “sintonia” entre aquilo que o atleta faz em campo e aquilo que o treinador preconiza. A qualidade técnica é o veículo facilitador – um atleta dotado tecnicamente consegue responder com menos esforço ao que lhe é solicitado e se, se esforça menos, recorre pouco à “bateria” da condição física, o que é aconselhável. A estrutura mental de um atleta é tudo o que norteia o comportamento e tudo aquilo que permite um equilíbrio que, muitas vezes, se perde por via da fadiga. Um atleta equilibrado consegue manter discernimento em fadiga, algo que, muitas vezes, não ocorre.